Santa Rita de Cássia
- Carmina Souza
- 21 de mai. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 15 de mai.

Em meio às montanhas silenciosas da Úmbria, na pequena vila de Roccaporena, nasceu no fim do século XIV uma menina que mudaria o significado da palavra "impossível" para milhões de pessoas: Margarida Lotti, mais conhecida como Santa Rita.
Filha de camponeses simples e profundamente religiosos, Rita cresceu em um lar onde a fé era o solo fértil de todas as decisões. Desde cedo, aprendeu com os pais o valor da paz e da reconciliação, virtudes raras em uma época marcada por disputas familiares e rivalidades sangrentas. Ainda menina, foi enviada à cidade vizinha de Cássia para receber formação com os monges agostinianos — um gesto incomum para mulheres de sua condição social.
Foi nesse ambiente que ela cultivou uma devoção sincera a três santos que a acompanhariam por toda a vida: Santo Agostinho, São João Batista e São Nicolau de Tolentino. Eles seriam seu sustento nos dias mais sombrios.
Entre o Amor e a Dor: A Mãe Corajosa
Com cerca de 14 anos, Rita casou-se com Paulo de Ferdinando de Mancino, um homem envolvido nas violentas tensões políticas da época. Embora ele fosse temperamental e distante dos valores cristãos, Rita se dedicou ao lar com paciência e oração, conseguindo, com o tempo, transformar o coração do marido.
O casal teve dois filhos. Mas a paz durou pouco. Paulo foi assassinado em uma emboscada, consequência das disputas entre famílias rivais. Para impedir que seus filhos fossem consumidos pelo desejo de vingança, Rita ocultou os sinais do crime — inclusive a camisa ensanguentada do pai. O perdão que ela ofereceu aos assassinos foi silencioso, mas revolucionário.
O sofrimento, no entanto, não cessou. Pouco tempo depois, seus dois filhos adoeceram e faleceram ainda jovens. A dor foi imensa, mas Rita encontrou consolo na ideia de que partiam sem mágoa no coração. Em meio às ruínas de sua vida familiar, ela descobriu uma vocação mais profunda.
Quando Todas as Portas se Fecham
Aos 36 anos, Rita desejava consagrar-se inteiramente a Deus, ingressando no Mosteiro de Santa Maria Madalena, em Cássia. No entanto, o passado do marido e o medo de represálias entre famílias ainda falavam mais alto — e as portas do convento foram-lhe negadas.
Mas Rita não era de desistir. Persistiu em oração, pedindo a intercessão de seus santos protetores. E um feito surpreendente aconteceu: ela promoveu a reconciliação entre as famílias em conflito, selando a paz onde antes havia sangue. Só então foi aceita no mosteiro.
Ali dentro, a vida de Rita foi marcada por humildade e silêncio. Conta-se que, como teste de obediência, foi-lhe dado o encargo de regar diariamente um pedaço seco de videira. Sem hesitar, ela cumpriu a tarefa — e, com o tempo, o galho floresceu. Até hoje, essa videira é conservada no mosteiro como testemunho de sua fé silenciosa e perseverante.
Os Sinais do Céu
Em 1432, mergulhada em profunda contemplação da Paixão de Cristo, Rita recebeu um estigma místico: uma ferida aberta na testa, como se um espinho da coroa de Jesus tivesse tocado sua pele. Por quinze anos, ela carregou essa marca — sinal de sua união íntima com o sofrimento redentor de Cristo.
Perto do fim de sua vida, enfraquecida e acamada, fez um pedido improvável a uma prima que a visitava: queria uma rosa e dois figos do jardim da casa onde nasceu. Era janeiro, pleno inverno na Itália. Ainda assim, a prima encontrou no jardim, coberto de neve, exatamente o que Rita pedira. Para muitos, um milagre que selava sua missão com delicadeza e poder.
A Rosa Que Não Morre
Rita faleceu entre os dias 21 e 22 de maio de 1447. Seu corpo, incorrupto, permanece até hoje exposto no convento de Cássia. E sua fama de santa das causas impossíveis só cresceu com o tempo, cruzando fronteiras, séculos e corações.
A rosa — que floresceu no inverno — tornou-se símbolo eterno da esperança que ela representa. Afinal, Rita não venceu os obstáculos por força, mas por fé. Sua história nos lembra que até nas circunstâncias mais áridas, há flores que só nascem quando somos regados pela confiança em Deus.
Oração à Santa Rita
Ó poderosa e gloriosa Santa Rita chamada Santa das causas impossíveis, advogada dos casos desesperados, auxiliadora da última hora, refúgio e abrigo da dor que arrasta para o abismo do pecado e da desesperança, com toda a confiança em vosso poder junto ao Coração Sagrado de Jesus, a vós recorro no caso difícil e imprevisto, que dolorosamente oprime o meu coração.
(Faça seu pedido)
Alcançai a graça que desejo, pois sendo-me necessária, eu a quero. Apresentada por vós a minha oração, o meu pedido, por vós que sois tão amada por Deus, certamente será atendido. Dizei a Nosso Senhor que me valerei da graça para melhorar a minha vida e os meus costumes e para cantar na Terra e no Céu a Divina Misericórdia.
Santa Rita das causas impossíveis, intercedei por nós! Amém.
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Fonte: https://santo.cancaonova.com/santo/santa-rita-de-cassia/
https://anamariabraga.globo.com/materias/variedades/oracao-santa-rita-de-cassia/
https://www.vaticannews.va/pt/santo-do-dia/05/22/s--rita-de-cassia--religiosa-agostiniana.html





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